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domingo, 25 de agosto de 2019

A Função do Quebrantamento

(Robert J. Tamasy)

 

MANÁ DA SEGUNDA

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O que você normalmente faz com alguma coisa que se quebra, como um smartphone, um relógio, uma caneta ou mesmo um carro? Tenta levá-la para consertar? Se desfaz dela? Ou procura substituí-la adequadamente? Respostas assim são comuns, mas recentemente eu estava lendo sobre uma maneira melhor de reparar objetos estimados tornando-os ainda mais valiosos.

 Você já ouviu falar de "Kintsugi"? Também chamado de Kintsukuroi, significa "reparo com ouro". Trata-se de uma arte japonesa centenária para a restauração de cerâmica quebrada que usa laca pulverizada ou misturada com metais preciosos, como o ouro, prata ou platina. Esse processo tem suas origens numa filosofia que considera a quebra e o conserto como fazendo parte da história de um objeto estimado, e não algo a ser disfarçado ou esquecido. Na verdade, equivale a uma celebração da quebradura.

 Isso me levou a pensar acerca dos episódios de quebrantamento que experimentamos ao longo do decurso desta jornada que chamamos de vida. Não importa o quanto tentemos evitar, o fracasso é tão proeminente em nossa carreira como o é o sucesso. As entrevistas para cargos promissores não dão resultado. Promoções longamente esperadas não vêm. Aventuras empresariais bem planejadas não dão certo. Contratos de vendas não são fechados. Empresários precisam solicitar falência, às vezes, mais de uma vez, quando os riscos não são recompensados.

 E se nós, ao invés de tentar ignorar ou ocultar tais momentos de fracasso ou quebra, déssemos a eles o tratamento Kintsugi, encarando as experiências negativas como oportunidades de crescer e perseverar até alcançarmos sucesso?

 O quebrantamento pode servir igualmente a propósitos valiosos em nossa vida pessoal. Na verdade, a Bíblia nos ensina que Deus o usa para formar em nós os homens e mulheres que Ele quer que nos tornemos. Salmos 51:17 diz: "Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás."Por que isso? Vamos olhar algumas outras passagens das Escrituras para encontrar a resposta.

 O quebrantamento desenvolve a humildade necessária. O sucesso tende a nos deixar envaidecidos, cheios de orgulho e pensando além do que convém de nós mesmos. "Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: 'Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito humilde e novo alento ao coração do contrito." (Isaías 57:15).

 O quebrantamento recoloca nosso coração no curso certo. Às vezes, nossas ações externas parecem corretas, mas no íntimo temos consciência de que são baseadas em motivos errados. Ser quebrantado pode nos levar a reexaminar não apenas o que fazemos, mas também por que o estamos fazendo. "...Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à Sua Palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros." (I Samuel 15:22).

 O quebrantamento pode atrair nossos olhos de volta para Deus. Quando as coisas vão bem para nós, profissional e pessoalmente, ficamos tentados a esquecer nossa dependência de Deus. "Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, o seu Deus, pois Ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor..." (Joel 2:13).

 O quebrantamento nos ajuda aprender a sermos dependentes. O mundo empresarial e profissional geralmente promove a atitude do tipo: "Eu posso fazer isso sozinho!" Experimentar um quebrantamento pode acabar com nossa confiança na autossuficiência. Jesus declarou: "Eu sou a videira; vocês são os ramos...sem Mim vocês não podem fazer coisa alguma." (João 15:5).

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